Com os pastores: Beethoven, Gláucia, Luciney, Elizangela, Patrício e Maria.
Angoshe ou Angoche é uma cidade da província de Nampula, no Norte de Moçambique, sede do distrito com o mesmo nome. Tem limite, ao norte com o distrito de Mogincua, a noroeste com o distrito de Nametil, a sudoeste com o distrito de Moma e a este com o Oceano Índico.
Partimos da cidade de Nampula em direção a Angoshe, cerca de 200 Km, no litoral. Além da área continental, em seu território está incluído um total de 17 ilhas. O povo predominante que habita essa região é o povo Coti. Sua língua difere do Macua, pois eles têm uma forte influência árabe; algumas palavras Cotis são literalmente “emprestadas” do idioma Árabe. Por isso, também, é uma religião de maioria muçulmana.
A cidade tem uma boa estrutura de estradas para chegar até lá, apesar de grande parte do trajeto ser em estrada de chão, mas em boas condições. Á primeira vista da cidade, temos a impressão de estarmos em outra aldeia da África, as pessoas, suas moradias, seu estilo de vida, etc. Mas entrando um pouco mais na cidade nos deparamos com uma mudança de estrutura de moradia, uma cidade bem organizada com amplos casarões, muitos prédios, avenidas e ruas largas e fábricas construídas no período colonial, mas com um detalhe, toda essa estrutura totalmente abandonada, a realidade de uma “cidade fantasma”, totalmente morta e parada; como se fosse um quadro estático e deteriorado de uma época que era produtiva e habitada. Sinais de guerra estampados em suas paredes ainda marcadas a balas e prédios desmoronados...
A primeira palavra que o Espírito Santo trouxe foi:
“ Edificarão os lugares antigamente assolados, restaurarão os de antes destruídos e renovarão as cidades arruinadas, destruídas de geração, em geração.”Isaias 61:4
“...Os teus filhos edificarão as antigas ruínas; levantarás os fundamentos de muitas gerações e serás chamado reparador de brechas e restaurador de veredas PARA QUE O PAIS SE TORNE HABITÁVEL.Isaias 58:12
Mesmo durante o dia podemos perceber que a cidade não tem vida, poucas pessoas nas ruas, poucas crianças, a maioria dos jovens saem para tentar a vida em outras cidades; quase nenhum comercio, não existe supermercados ou lojas, apenas pequenos comercios; o mercado da cidade com pouquíssimos comerciantes e quase nada pra vender. Os próprios moradores nativos da região declaram que Angoshe é uma cidade morta e amaldiçoada.
Apesar do Islamismo ser a religião oficial da região, predomina um sincretismo religioso muito grande com tradições tribais. Os Cotis fazem muito uso dos “espíritos” pra dar direção em suas vidas. Ao longo da viagem vimos muitas casas de feiticeiros, oferendas debaixo das árvores e grupos de pessoas em celebração de rituais. Isso agrava ainda mais a realidade de miséria da cidade.
Os Coti são considerados um povo ainda não-alcançado. Mas podemos perceber que há muitos muçulmanos nominais, que estão nas mesquitas não por uma convicção, mas por tradição religiosa herdada dos antepassados, e porque nós, como igreja, não temos feito nosso papel de irmos às nações, tribos e povos.
Fizemos evangelismo com projeção do filme Jesus, no bairro de Ingure, um local estratégico, de acordo com o Pr. Inácio, da Comunidade Caminho da Verdade, que trabalha lá a mais de 10 anos, esse bairro é o coração da cidade, pois ali habitam famílias tradicionais que representam os moradores das 17 ilhas ao redor, e fazem frequentemente o trânsito com produtos básicos. Se ganharmos esse lugar, ganhamos a cidade e as ilhas, pois a Palavra de Deus terá transito livre para as ilhas remotas desse litoral, através do testemunho dos locais convertidos. Ali tivemos a presença de cerca de 600 pessoas, no final depois do apelo, onde várias pessoas fizeram a sua decisão, algo em especial me chamou a atenção: dois jovens me procuraram dizendo-se muçulmanos, o que de fato era verdade, e me perguntaram como eles poderiam conhecer melhor nosso Deus e que desejavam entregar suas vidas a Ele. Os encaminhei ao pastor local para que fossem recebidos como novos convertidos. Esse é nosso Deus!