terça-feira, 14 de setembro de 2010

FIM DA REVOLTA POPULAR

Olá Queridos,

Chegou ao fim a revolta popular em Moçambique, contablilizando 14 mortos e mais de 400 hospitalizados.
As manifestações eram contra o aumento acelerado de ítens básicos como o pão, energia elétrica, combustível e produtos horti-frruti-grangeiros, em contrapartida com os salários que se mantêm em média de 120 reais. De fato, até nós com renda na base de nossa moeda, temos sentido a alta dos preços...
Mas, infelismente junto com os manisfestantes que gritam por uma consciência política, há também os oportunistas, vândalos tribais, saqueadores...


O Sul do país viveu dias de horror, as ruas bloqueadas com pneus, transporte coletivo paralisado, comércio e aeoroportos fechados, lojas saqueadas e constantes confrontos entre policia e manifestantes. Graças a Deus, a violência da revolta não nos alcançou, ficou focalizada mais na capital e redondezas, de onde o Luciney e o Cesinha retornaram uns 15 dias antes da revolta começar.
O Senhor nos cerca com alegres cantos de livramentos!

Chegamos ao fim das manifstações com o preço de alguns íntens reduzidos. Com excessão do combustível, que não pára de subir, alguns produtos de necessidade básica vão continuar na mesa dos moçambicanos, ou melhor nas esteiras e fogão de chão...
Mas é triste ver que para alcançar uma negociação possível, é necessário tantas perdas.
Continuem orando por essa "terra gloriosa",
 ainda tão longe da glória de Deus!

Eliz e Luciney


sábado, 11 de setembro de 2010

Moçambique em Fotos

A maioria desses irmãos nunca tinha visto ou ouvido o som de um instrumento.
Os cultos duram 4 a 5 horas!!!

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

"Dá-lhes vós mesmo de comer"

Nesta recente viagem que fizemos em províncias na região central de Moçambique, visitamos 33 igrejas em 11 diferentes localidades, e o apêlo unânime que recebíamos era sempre: Por favor, traga-nos Bíblias! Vimos igrejas com cerca de 80 membros com apenas uma Bíblia, outras somente com o Novo Testamento. Como pode o Evangelho crescer com consistência sem o alimento da Palavra de DEUS? Foi como ouvir a voz imperativa de Jesus: Dá-lhes vós mesmos de comer!
Assim como Jesus se compadeceu da multidão que andava desgarrada como ovelha que não tem pastor, e mandou seus discípulos alimentá-la, também nós, queremos ter esse mesmo sentimento e fazer ressoar aos seus ouvidos este mesmo apêlo, para que você, discípulo de Jesus, nos ajude a alimentar essa multidão de famintos e sedentos pela Palavra de Deus.

Com apenas 15 reais você pode colocar uma Bíblia na mão de um irmão. Como esse valor, podemos adquirir uma bíblia na língua nativa das tribos com as quais trabalhamos: Macua, Maconde, Sena, Ndaw, Chona e Lomwe. Queremos ver o Evangelho de Jesus se expandindo entre as tribos e línguas em Moçambique. A necessidade é grande, os recursos são poucos, mas não queremos despedir a multitão vazia... Nos ajude a fazer mais um milagre de multiplicação, desta vez não de pães e peixes, mas de Bíblias!

Eliz e Luciney - Discípulos de Jesus em Moçambique.

Se você quiser fazer uma doação entre em contato atraves do email pastora.eliz@hotmail.com

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Viagens....

Chegamos na madrugada passada depois de 16 dias de viagem ao centro do país, acampando em 11 localidades, comendo carne de gazela, cabrito, galinha do mato, chima e salada no café da manhã; tomando banho ao ar livre; dormindo em palhoças com patos, galinhas, gatos e outros bichinhos... colecionando picadas de pulgas e pecevejos. O Pedro foi o recordista: 76 picadas! A Letícia parece ser imune, não ganhou nenhuma! Comeu de tudo, não passou mal e dizia sempre: "essa viagem tá sendo a experiência mais radical da minha vida". Vibrante e empolgada ajudou o pai na ministração do louvor e na oração e ministração pelas pessoas. Fazendo comentários do tipo: "as pessoas sentiram mesmo o fogo e o poder de Deus!". O Pedro fala que ainda prefere o Brasil, porque essa àfrica é muito suja! Contudo, os dois dão um show de aculturação, já falam com o sotaque moçambicano, fazem distinção entre os dialetos, aprendem as músicas nas línguas nativas e se comunicam mesmo com quem não fala português. São crianças, verdadeiros instrumentos afinados nas mãos de Deus!
As imagens falam mais do que palavras...

1. A cozinha nas aldeias.

2. Nossa família feliz, por estar exatamente onde Deus quer...

3. Instrumentos musicais rústicos, feito à mão com madeira e arrame.
Um show de criatividade!

4. Olha o tamanho dessa mandioca! Foi uma oferta que ganhamos na aldeia de Molene.

5. Quem disse que bicicleta não é transporte de carga... aqui é!

6. A recepção nas aldeias:
um grupo de irmãos nos recebem à beira do caminho, com cânticos e palmas nas mãos...


Com alegria,

Eliz, Luciney, Leticia e Pedro
A cultura africana é cheia de contrastes: as mulheres nativas se cobrem dos quadris até o tornozelos, mas não apresentam nenhum pudor da cintura prá cima... Suas capulanas, tecidos com estampas em cores vivas, contrastam com os negros véus e burcas das mulheres muçulmanas, e os bordados dourados dos saris e lenços indianos completam o cenário de diferenças harmoniosas de cores e estilos que compõem a paisagem do norte de Moçambique.

Terra aberta para receber comerciantes hindus e mulçumanos, médicos cubanos, construtores chineses, educadores filipinos, organizações humanitárias, empresas multinacionais, turistas e graças a Deus, missionários brasileiros! Então, estamos aqui, recebidos e acolhidos com alegria por um povo que, mesmo com histórico de guerras e tragédias tão recentes, são receptivos e acolhedores; gratos pelo pouco; fartos de alegria; e apesar de privações e sofrimentos, têm uma expressão de louvor contagiante!

Aqui tem um pouco de tudo e falta-se um tanto de quase tudo... Como no Brasil temos os produtos do Paraguai, em Moçambique temos made in Dubai... Quase tudo aqui é pirata: eletrodomésticos, peça de carro, bicicletas, roupas, calçados, cd´s... E mesmo quando se consegue adquirir bons produtos, originais, aqui não se tem manutenção, não existe assistência técnica autorizada nem peças originais para compra, por isso quase tudo é descartável. Por outro lado, o que prá nós se descarta, aqui é altamente reutilizável: embalagens plásticas, latinhas de nescafé e potes de margarina são vasilhas preciosas nas vilas e aldeias onde as donas de casa não têm acesso aos produtos industrializados dos supermercados O abismo social aqui é enorme!

Casebres de barro cobertos de palhas ao lado de luxuosas mansões com antenas parabólicas, ar condicionados e carros importados na garagem. Enquanto alguns têm acesso à tecnologia de última geração, outros em vilas bem próximas da cidade nunca viram uma torneira, um chuveiro, nem têm acesso à energia elétrica. Há muita formalidade nos relacionamentos e um excesso de pudor e restrição de contato físico em público.

Não sei se por influência da cultura muçulmana, as pessoas não dão demonstração pública de carinho, não se vê casais abradços nem se quer de mãos dadas andando nas ruas. Por outro lado, a iniciação à vida sexual é precoce, há um grande número de casos de incesto e o adultério é prática costumeira, tanto por homens como mulheres. Mas não só de lamentos e privações se faz a áfrica... aqui tem o melhor pão que já comi! os chocolates – da África do Sul – só podem ser igualados aos europeus em qualidade e sabor.

A matapa, comida típica moçambicana feita com folha de mandioca, côco e amendoim, acompanhada com arroz branco e camarão, apresenta um raro e delicioso sabor. O pôr do sol, me lembra o nordeste do Brasil, mas é ainda mais exuberante. A luz laranja ziguezagueando as brancas e espessas nuvens, contrasta com os galhos secos das árvores e dança no vendaval das savanas desbotadas, correndo a se esconder atrás das gigantescas montanhas de pedras que põem limite ao horizonte.

Estamos felizes, as alegrias têm sido maiores do que as dificuldades.
Fiquem conosco.
Abraços, Eliz e Luciney